CUPINS, PEQUENINOS VORAZES E ORGANIZADOS
Pequeninos, vorazes e organizados: assim são os cupins, insetos que podem causar grandes estragos nas estruturas de madeira. Derivados de celulose são a sua única fonte de alimentação - aliás, é puro mito dizer que existe um tipo que ataca concreto. "O mais comum é a broca, besourinho que ataca madeira seca e deixa um pozinho, seguido do cupim de madeira seca, que deixa um pó mais granulado. Ambos atacam de forma lenta e são combatidos no ponto onde se manifestam".
Mas a grande ameaça vem mesmo é do chamado cupim de alvenaria (também conhecido como cupim de solo ou subterrâneo). Para combatê-lo, é preciso localizar seu ninho, que pode estar a até 30 metros do local infestado, e fazer uma barreira. É uma espécie extremamente voraz, que destrói com rapidez e, pior, sem deixar muitos rastros. Um portal ou armário aparentemente perfeito muitas vezes estão ocos, pois o inseto já devorou a estrutura interna.
Fique de olho
É difícil evitar o ataque dos cupins, mas não impossível. Agosto e setembro costumam ser os meses da revoada - quando são atraídos pelas lâmpadas, ao entardecer. Segundo Luiz Cláudio Gomes, da Controle Intensivo, estima-se que, de cada cinco mil insetos, dois criam uma nova colônia. A rainha pode chegar a 7 cm, mas é muito difícil encontrá-la. Abaixo, algumas dicas para evitar a praga:
» Sempre que possível opte por madeiras nobres.
» Madeiras de construção abandonadas na contralaje ou em reservatórios de água, deixadas por descuido no fim da obra, são um chamariz. Se possível, remova o mais rapidamente possível entulho com restos de madeira.
» Telas nas janelas podem evitar a entrada de cupins alados.
» Limpe a casa diariamente para eliminar insetos que queiram alojar-se entre livros, sob tapetes, dentro de armários etc.
» A cada seis meses, observe se há pequenos furos ou pó semelhante a serragem em esquadrias, portas, tacos e móveis de madeira. Em caso de sinal da presença de cupim, substitua a peça.
» Também é possível fazer descupinização preventiva. Procure uma firma especializada e com registro na Feema e/ou na Vigilância Sanitária, com responsável técnico - que pode ser um profissional agrônomo, biólogo, veterinário, farmacêutico ou químico.
Mais antigos que o homem
Cupins tornaram-se uma praga urbana devido ao desequilíbrio ecológico causado pela destruição das áreas de floresta. Esses insetos gostam de calor e umidade e se alimentam de derivados de celulose - madeira e papel. Os cupins existem na Terra há muito mais tempo que o homem, e restos fossilizados deles já foram encontrados em formações geológicas datadas de 55 milhões de anos. São insetos que sempre desempenharam um papel fundamental no meio ambiente ao decompor matéria orgânica, contribuindo para a incorporação de nutrientes e fertilidade ao solo. Desde que o homem começou a construir habitações ou estruturas de madeira é que se conhecem seus danos.
Existem muitas espécies de cupins e sua fonte de alimento pode variar bastante - existem os que comem raízes de plantas ou fungos, por exemplo. Por isso, é importante saber identificar a espécie a ser controlada, diferenciando cupins que não causam prejuízos (e são úteis na manutenção da cadeia alimentar na natureza) dos que causam danos ao patrimônio do homem.
Cerca de 2.200 espécies de cupins já foram descritas, e no continente americano são encontradas aproximadamente 540 espécies distribuídas em 84 gêneros e cinco famílias. O Brasil apresenta cerca de 200 espécies, a maioria inofensiva ao homem. A família Kalotermitidae é a que reúne os cupins de madeira seca, e a família Rhinotermitidae engloba os cupins subterrâneos.